quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mês de Maio é tudo de bom






O Mês de Maio tem um significado especial aqui em Minas Gerais. Para o mineiro católico, Maio tem sabor de devoção à Virgem Maria, que se expressa nas centenas de homenagens que se multiplicam por todas as igrejas, capelas e pequenas comunidades. Mineiro que se preze sabe festejar e preservar as tradições religiosas culturais: procissões, rezas nas ruas, coroações, novenas, lençóis e toalhas nas janelas, bandeirolas penduradas pelas ruas.
Ainda que não seja católico, sabe respeitar. Vejo bares que abaixam as portas quando passa a procissão. Evangélicos que colaboram generosamente para as barraquinhas nas ruas (e isso me deixa especialmente comovido porque sinaliza o respeito às diferenças religiosas)
Não há outro lugar no nosso país onde o Mês de Maio seja celebrado com tanto ardor, alegria, piedade e devoção.
Maio não é, como dizem por aí, o mês das flores, nem o mês das noivas: é o mês dos mineiros! Nesta época do ano a gente vê como a identidade mineira aflora de um jeito assombroso: comidas típicas (bobó, feijão tropeiro, canjiquinha, canjicão...), crianças vestidas de anjos, quermesses nas portas das igrejas, bingos, leilões, músicas, tudo parece ser um sabor especial. O mês de Maio está no "finzim" (como se diz aqui em Minas) e já deixa sabor de saudades. Foi bonito e eu agradeço a todos os mineiros por esta lição maravilhosa de religiosidade. Depois de mais de dezessete anos (descontínuos) vividos aqui em Minas (entre Caratinga e BH) vejo como também eu fui contagiado pela alma mineira. E se a princípio achava estranho comer angu, taioba, frango com quiabo, (canjiquinha e bobó nas barraquinhas), fazer bingo de frango cru (sério!), fazer coberturas nas lajes das casas para estender roupas... Hoje vejo sentido em tudo isso. Até mesmo no café ralinho, muito adocicado, diferente do que se toma em SP. Tudo aqui faz sentido.

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